Oi! Tudo bem?
Faz tanto tempo que não apareço por aqui, acho que nem lembro mais como é que se faz. Mas estou disposta a fazer deste (mais) um recomeço (dos vários) que venho experimentando nestes dois últimos anos.
Há algum tempo, não me lembro exatamente quanto, já escrevi aqui sobre identidade. Porque já experimentei essa crise diversas vezes, e de formas variadas com o decorrer dos anos; mas do jeito que ela me invadiu nessa última vez eu certamente não esperava: nem com a minha imaginação de milhões, leitora versada nos diferentes tipos de ficção (do romance ao thriller), eu poderia me sentir capaz de transportar coisa semelhante para o campo da realidade. E me choca que mesmo agora, quando eu começo a me sentir bem e livre sobre as coisas que aqui estão sendo escritas, tudo sempre volte para o ponto da identidade. Enquanto tomava a minha (primeira de duas) caneca (leia-se: balde) de café e refletia antes de rabiscar no caderno que originou este post concluí que, pelo menos comigo, tudo sempre começou com a identidade; e nisso se incluem os recomeços, portanto não haveria nenhum caminho diferente para mim ou para este blog.
Um dos livros mais incríveis sobre arte e criatividade que já li foi descoberto no Kindle Unlimited (não sei dizer se por lá ainda continua), e se chama Roube Como Um Artista. Tentando resumir a ideia dele em poucas palavras, além de alguns exercícios muito úteis sobre como cultivar a criatividade, ele parte do pressuposto de que toda obra de arte é, em maior ou menor grau, um roubo: nenhuma ideia surge DO NADA como se um belo dia qualquer artista abrisse a janela lateral do quarto de dormir para contemplar o formato das nuvens e então, pura e simplesmente, a voz do anjo sussurrasse em seus ouvidos a ideia mais genial de todos os tempos – ainda que esse quadro seja muito bonito, poético, e biografias variadas relatem “experiências” como essas à exaustão. Como teísta eu não posso dizer que não acredito que coisa nenhuma possa vir à existência DO NADA, mas no que tange à Arte eu confesso que sou bem cética em relação a alguns mitos.
Pode ser que, assim como eu venho aprendendo a fazer com quase tudo nos últimos meses, você desconfie das minhas opiniões e certezas sobre este e qualquer outro assunto, e eu não os culparia por isso; na verdade, não pensem que eu mesma não questionei e reavaliei todas as minhas próprias certezas antes de conseguir reorganizar as minhas ideias e voltar a mostrar minha cara por aqui – ainda voltaremos neste ponto mais tarde. Mas quando digo que nenhum tipo de arte pode surgir do nada, não sou a única voz a pensar deste modo; inclusive, estou lendo uma tese que encontrei semana passada na Bienal e fala abertamente sobre os variados tipos de roubos que podemos encontrar na Cultura Pop, é bem interessante e escrita de forma acessível! A quem também for confessamente aficionado em pautas culturais, como eu admito que sou, e o livro possa interessar, se chama Hit Makers – Como Nascem as Tendências, de Derek Thompson.
O primeiro problema começa quando aquilo que deveria se aplicar apenas à Arte rompe a quarta parede e invade aquilo que conhecemos por, ou ao menos assim pensamos ser a, realidade.
Nesses últimos tempos também venho experimentando alguns avanços significativos nas minhas habilidades com o desenho. E, apesar de eu gostar muito (isto é, AGORA) da forma como isso vem se dando, existe uma história um tanto dolorosa por trás de como esse avanço começou, que até então eu vinha escondendo de todo mundo e (principalmente) de mim mesma.
As palavras sempre foram a minha forma de arte preferida, e dizer isso nunca foi fácil, porque qualquer um que me conhecer um pouquinho deve perceber rápido que eu gosto de muita coisa ao mesmo tempo. Mas somando tudo o que as letras de música, a leitura e a escrita me proporcionam juntas, as palavras desbancam todos os meus outros gostos de lavada absoluta. E eu só fui capaz de perceber a segunda maior crise que já vivenciei, no ano passado, quando me vi sem palavras. Foram dias, e até meses, em que as palavras foram varridas da minha mente e deixaram uma enorme tela em branco, que nunca parecia ter fim. Nesse tempo eu só conseguia chegar do trabalho exausta e chorar, por dias e dias. E o pior de tudo era que eu não tinha palavras sequer para tentar compreender o que estava acontecendo.
Simultaneamente eu fui pressionada, por duas das pessoas que até aquele momento eu mais considerava, a me expressar e colocar à força para fora tudo aquilo que me angustiava. Eu fui cutucada, encurralada, questionada e descreditada de muitas formas. Queriam que eu falasse, que eu me defendesse ou me justificasse; mas ironicamente a pessoa que “mais se preocupava” e “mais estava disposta a me ajudar” foi a mesma que me interrompeu sem nem pedir licença e pulou pra cima de mim com quatro pedras no primeiro momento em que tentei abrir a boca e pedir ajuda, tornando-se a assim a segunda a despertar a crise. E quero deixar bem claro aqui a qualquer um que tente (ou ainda pior, consiga!) encaixar as situações e nomes ocultos que não estou tentando atribuir culpa ou intenção de dolo a nenhuma dessas outras três pessoas. Pelo menos nesse quesito tanto me tocou não; e ainda se houver, não é a mim que cabe decidir – mas também não posso deixar de sinalizar aqui que o teto de vidro é uma coisa impressionante: já reparou que pouquíssimas pessoas estão dispostas a seguir os mesmos conselhos que prontamente lhe empurram e engolir a (suposta) vergonha que tanto lhe atribuem? Para estes e tantos outros casos a minha recomendação é que, assim como eu venho aprendendo a fazer ultimamente, vocês desconfiem. Desconfiar de coisas e pessoas que não se mostram dignas de confiança não é nenhum pecado, ainda que com mil pregações e lavagens cerebrais aparentemente (e só aparentemente) diferentes tentem lhe convencer do contrário.
Como eu podia querer tentar explicar alguma coisa quando até mesmo as minhas companheiras de longa data, e nesse caso me refiro às palavras, haviam me abandonado? Como eu podia verbalizar uma dúvida sobre a suposta neutralidade de julgamento, tanto minha quanto das pessoas envolvidas, estava botando em cheque a grande maioria das crenças e fundamentos que eu vinha empenhadamente construindo há onze anos, como um castelo de cartas rugindo com uma rajada de vento? E como eu podia dizer que o estopim da crise veio de uma cópia muito mal feita e descarada de mim mesma, saída do lugar onde eu menos esperava, mas que ainda assim essa nem era a pior parte? Ou que eu me sentia roubada de mim mesma e violada das piores formas que, até então, eu era capaz de imaginar? Eu não podia, não tinha palavras para isso! E as poucas que ocasionalmente surgiam estavam mais ocupadas em questionar a minha própria sanidade do que todas as outras coisas que deveriam ser questionadas – e deveriam, de fato, serem questionadas porque se provaram mais que dignas de indignação a cada dia que notícias indesejadas e desagradáveis me chegam e provam que a minha loucura sempre foi menor do que eu mesma previa; mas eu pelo menos posso falar abertamente que não considero que procurar ajuda psicológica seja nenhum crime, ou falta de Deus, e tratei logo de procurar uma para garantir que não estava mesmo ficando louca. Tenho até recibo para comprovar.
É verdade, também, que eu já estudei desenho na ETEC; mas o avanço que falei mais cedo, somado a um progresso considerável, começou no mesmo instante em que as palavras fugiram: os traços e sombreados me permitiam a forma de expressão que elas me negaram, bem como os passos de ballet, há muito enferrujados, que tirei do baú e voltei a praticar em meu quarto e minha sala em segredo, quase toda vez que me via sozinha. Porque a dor, ainda que sempre indesejada, também é um meio de liberdade e produção de coisas belíssimas. Mas foram raríssimas as vezes em que eu fiz qualquer desenho ou coreografia sem nenhum referencial em vista ou em mente; e se levarmos em conta o repertório interno que tanto eu como todas as pessoas têm, RARÍSSIMAS se reduz facilmente a NENHUMA.
Confesso que, particularmente, não vejo nenhum problema nisso no que se trata de Arte, porque é justamente para isso que a quarta parede existe – esclarecendo também que, quando menciono a quarta parede aqui não estou desmerecendo o desmanche intencional dela nas obras em si, porque em alguns casos penso que esse efeito é até que bem interessante NA ARTE. E repito, NA ARTE. Pois não sinto nenhuma culpa em confessar que eu acho LINDOS, BEM CONSTRUÍDOS E ATÉ POÉTICOS o final de Breaking Bad, e os roteiros de Joker e La Casa de Papel sem necessariamente concordar e apoiar qualquer mente DOENTIA que queira transportar essas mesmas ideias da ficção para o campo da realidade. Porque para tudo na vida existe um limite, e essa barreira invisível entre a ficção e a realidade é mais que necessária.
Quase todas as pessoas que passam a me conhecer mais de perto dizem que um dos meus pontos de maior destaque nunca foi isoladamente a minha inteligência, dedicação, aparência, essa jovialidade resistente (que eu sinceramente não faço a menor ideia de onde veio), os meus talentos, a sensibilidade ou as trapalhices (incluo aqui um defeito para que este desabafo não se torne uma ode a mim mesma; mas deixo só um neste texto porque todos os outros vocês podem facilmente descobrir na realidade analógica do dia a dia), mas sim a forma como todas essas coisas juntas se misturam na composição da minha identidade; e a recíproca é verdadeira, porque eu mesma sempre pensei e senti isso com muita intensidade. Roubando escancaradamente as frases de duas (grandes) pensadoras contemporâneas, “Ser de verdade tem um preço e eu sempre pago” (GAVASSI, Manu) e “It’s easy if you it *right*. Well, I refuse, I refuse, I refuse!” (WILLIAMS, Hayley).
Hoje percebo que, talvez esse possa ser justamente o motivo de todas as minhas grandes crises terem começado com inseguranças sobre aqueles que eu julgava serem os “fundamentos” da minha identidade, e é essa mesma percepção que agora me obriga a finalmente abrir a boca sobre as indagações que a fuga das palavras me trouxeram; porque estou bem longe de acreditar ter sido o único alecrim dourado a enfrentar os mesmos dilemas.
Eu já tinha experimentado a demolição do que chamei aqui de “fundamentos” da minha personalidade de maneiras diversas no decorrer dos anos: começou com o divórcio dos meus pais e os traumas que daí seguiram quando eu tinha dez anos, continuou com a mudança de bairro e escola; passou pelo processo de assumir para a minha mãe, com 14 anos, todas as dúvidas que eu estava tendo em relação à fé que eu já nem sabia mais se tinha e em segredo vinha cultivando desde os 12; depois disso, ainda na adolescência, a segurança confusa que de alguma forma inesperada eu havia sido privilegiada com uma porção generosa de inteligência, e que mesmo assim esse privilégio não me concedia nenhuma licença especial para me tornar arrogante, ou uma babaca completa. Além dessas demolições, eu ainda poderia falar detalhadamente sobre como voltei a reconsiderar as minhas dúvidas sobre relacionamentos e Cristianismo aos 17, ou como os meus sonhos e planos de carreira foram desafiados e transformados junto com a esmagadora descoberta de que o meu sentido de valor próprio estava muito mais atrelados a eles do que deveria; mas, sinceramente, estou com muita preguiça (easter egg: agora vocês já sabem mais um grande defeito meu). Só que em nenhuma dessas crises anteriores, no entanto, eu me senti tão… Atropelada, invadida, estilhaçada e petrificada quanto na última. Foi a pior sensação que já tive, e não consigo desejá-la nem para as piores pessoas do mundo.
Porque em todas essas outras crises eu havia “encontrado” a solução para elas de um jeito aparentemente mais “voluntário” e menos doloroso que na última vez. Pessoalmente não acredito que ninguém encontre Jesus por si só sem que antes Ele próprio se permita ser achado, mas acredito sim que Ele tenha algumas formas mais sutis de fazer isso e nos tornar coparticipantes do processo, apresentando um jugo suave e um fardo leve. E quando eu me vi assaltada de mim mesma não consegui enxergar nenhuma beleza e suavidade, porque o que me aconteceu não foi obra de Deus, só de homens – incluindo até, sem intenção proposital, eu mesma.
Começou apenas com umas fotos, legendas e stories copiados, junto com a infeliz descoberta de que as pessoas sempre estão mais dispostas a aceitarem uma “versão” sua mais maleável e desprovida de princípios que impeçam a remoção programada das partes indesejadas de seu ser, uma versão desprovida de remorsos que a impedissem de mentir compulsoriamente ou o menor pudor de contradizer mil confissões prévias e sacrificar tão prontamente qualquer vestígio de personalidade própria, pagando indiscriminadamente qualquer preço que fosse necessário para agradar; só que não parou por aí. Era isso o que eu queria, e tentei, dizer quando as palavras me abandonaram; o quanto essa falsidade calculada e montada com retalhos de atitudes minhas me incomodava e me travava, me paralisava ao ponto de repentinamente eu passar a perder o interesse nas coisas que declaradamente sempre gostei e fiz, porque isolando esses retalhos superficiais de mim mesma e dos meus princípios incômodos, essa superficialidade toda parecia ser mais que o suficiente para conquistar e garantir algumas das coisas que eu já quis. E apesar de saber que a minha decisão de buscar viver com profundidade ia me custar caro, aquele preço ainda me doía muito. Me dilacerava, mesmo contra a minha vontade e toda a resistência em admitir. Era isso que eu queria e sentia que devia dizer quando resolvi procurar ajuda, mas não consegui. Pois de todo o acolhimento e aconselhamento que, por diversas vezes eu tanto havia sido instruída a transmitir (e até aquele momento tinha mesmo me esforçado para tal), eu não vi o menor pingo. Foi aí que a primeira dúvida, que conseguia ser pior do que a mera cópia, veio arrastando todas as outras:
E se a famosa neutralidade de julgamento, que tanto era pregada, nunca tivesse realmente existido? Porque eu sempre contei com a possibilidade de estar completamente errada e que não fossem concordar comigo, mas nunca na vida pensei que eu fosse me sentir tão machucada com a sentença prévia de uma falsa juíza que decidiu me jogar na cadeia sem nem antes ter terminado de me ouvir direito, além de silenciar qualquer possível testemunha, e ironicamente era uma das pessoas em que mais confiei. E se tudo o que tantas vezes foi pregado destreza de discurso não resistisse ao primeiro teste de prática? Era como se naquele exato instante os meus olhos finalmente despertassem para mil situações contrastantes com os sermões que antes eu já tinha buscado com tanto esforço anotar e viver, e palavra nenhuma era capaz de descrever o quão enganada e traída eu me senti. E se aquelas pessoas, tão prontas a medirem o tamanho da minha espiritualidade pelos covers que eu fazia ou pela propagação de uma falsa ideia de vida quase monástica de edificação 24hs por dia tivessem, na verdade, coisas muito mais podres com que se preocupar? (quer um spoiler? Elas realmente tinham. Comprovadamente, tinham sim!) E se todos os conceitos que eu abracei nos últimos anos forem baseados em uma imagem vazia, pura e simplesmente vazia? E se a razão por que essas pessoas não conseguem compreender o tamanho do incômodo que esse roubo de personalidade está me trazendo é porque elas mesmas já abriram mão de suas próprias identidades muito antes? O que foi que comprou a essência delas, os diversos presentes caros (alguns dos quais eu também recebi), uma histórica triste com muitos buracos suspeitos, ou a boa e velha bajulação simplesmente? Será que eles passaram a aceitar o que tanto condenaram porque estão escondendo algum podre maior, ou é só pela pura manipulação hábil de suas próprias inseguranças? Será que eu fui mesmo a única pessoa a passar por isso aqui? O que é que eu tô fazendo com essas meninas, será que eu devia mesmo ensiná-las a se adaptarem a esse sistema que agora me parece tão sujo e podre? Ou será mesmo que eu tô ficando louca, e na verdade sou a pior das pecadoras? Onde é que está escrito, na Palavra, que eu não tenho nem sequer o direito de duvidar? Tenho que concordar com tudo porque isso é mesmo certo, ou por que assim fica mais fácil para eles? Por que todas as minhas anotações dos últimos dois anos parecem que estão sempre repetidas, e o roteiro nunca muda em nenhuma célula??? Por que essa reforma não acaba nunca?! Por que uma reunião de “treinamento” focada apenas em deixar os líderes constrangidos por darem uma oferta do mesmo tamanho de seus dízimos, e por que isso é pouco? Para quem isso é pouco? Por que os nossos treinamentos estão sempre mais voltados para a manutenção desse sistema do que para o estudo da Palavra? Por que tal mudança de posicionamento não foi abertamente comunicada à igreja, já que contraria umas mil pregações dele mesmo? Por que eu não me senti confortável com aquele toque? Ou com aquela sugestão meio esquisita no carro que eu nunca tinha nem imaginado? Será que aquele selinho meio na trave foi mesmo só um esbarrão acidental? Será que o motivo para aquela história parecer tão espiritualizada é porque não contém nem um pingo de verdade? Que falsa perfeição humana forçada é essa? Que paraíso na terra é esse que pode vir a existir nesse bairro se ainda estamos completamente contaminados pelo pecado? Como assim a nossa denominação é mais certa que as outras? E sério mesmo que a visão mais certa é essa? Como assim eu devo ter cuidado com um livro que não incorre em nenhum erro teológico só porque esse autor “não entende” o nosso modelo? Por que todas as pessoas me procurando parecem ecoar o mesmo discurso ensaiado, repetido, vazio, estranho e sem sentido? Mas aquelas três são tão inteligentes, não é possível que eu seja a única a estar enxergando isso. E como eu saberia que não sou, se as pessoas são explicitamente proibidas de discordarem? Quem é que vai acreditar em mim? Como foi que eu pude ser tão burra e cega ao ponto de fechar os meus olhos pra tudo isso?
Eu já estava sendo roubada de mim mesma, involuntária e voluntariamente, há muitos anos. Só que eu não tinha me dado conta disso.
O estopim foi só a ponta do iceberg, uma vez que eu me permiti sentir a primeira dúvida, coisa nenhuma era capaz de impedir a avalanche de perguntas que a seguiam. Talvez o real motivo por que as minhas minhas palavras sumiram era o meu enorme medo de fazer as pessoas que eu amava se sentirem o mesmo saco de lixo que eu estava me sentindo. Mas eu descobri que havia um problema muito grande em me fazer de louca: às vezes, a loucura parece ser tanta, que até a gente mesmo acaba acreditando. E, só agora que parece já não restar mais nenhum grande segredo e posso afirmar sem medo que eu não estava louca, consigo perceber o peso dessas palavras engasgadas no meu próprio processo de cura. Continuo não querendo que ninguém sinta essa mesma dor, e é só por isso que agora abro aqui o meu lado da história para quem quiser ver.
É bem provável que esse seja o texto mais doloroso que eu já escrevi, porque não pude revisitar essas sensações todas sem chorar e pausar para me recompor, diversas vezes, nesses últimos dois dias.
Ser de verdade tem, mesmo, um preço; e não é barato. Só que eu ainda acho esse preço mais aceitável de pagar que qualquer outra coisa, que pode até ser bonita de se mostrar, mas pode ser também incapaz de me trazer paz no mesmo tanto. Mas a crise renovou a convicção de que a minha identidade é cara demais para se apoiar apenas em mim, até mesmo quando penso que silenciar os meus sentidos pode parecer a saída mais certa.
REFERÊNCIAS:
Roube Como Um Artista. KLEON, Austin
Hit Makers. THOMPSON, Derek
Mateus 11:28-30
Áudio de Desculpas. GAVASSI, Manu
Misery Business. PARAMORE
Abri os Olhos. SANDY E JÚNIOR.